A arte-educadora norte americana Diana
Korzenik4, também pesquisadora dos legados históricos do ensino de arte, lembra
que “é um truísmo dizer que os professores tendem a ensinar como foram
ensinados”. Se acreditarmos que isso é verdade, então, buscar situar nossa história
pessoal é uma tarefa que amplia nossa capacidade reflexiva e crítica apontando
para possíveis mudanças em nossa prática, pois sabemos que os professores
querem fazer mais do que apenas repetir como eles foram ensinados. Para
reconstituir e redigir uma história de vida com a arte pode-se começar a pensar
nas relações da arte e da cultura em geral com a nossa história particular nos
fazendo as seguintes questões:
·
Qual
a relação de meus pais com a arte e com a cultura?
·
Qual
o papel da arte em nossa vida familiar? O que se falava sobre arte na família?
Que imagens eram apreciadas, por exemplo?
·
Quais
manifestações culturais estavam presentes em minha infância? Do que
brincávamos? Como nos divertíamos?
·
Quando
e como aprendi arte na escola? Quem era e como era o professor de arte? O que
ensinava? O que eu gostava de fazer?
·
Como
posso definir o programa e as concepções de ensino de arte da escola?
·
O
que eu aprendi na escola tinha relação com o que eu experimentava em termos de
arte e cultura em casa e na comunidade?
Ao responder a essas perguntas
estaremos mapeando nossa formação artística e estética, situando nosso repertório
em relação a nossas concepções e valores no campo da arte, situando o clima educacional
e ideológico de nossa formação, como também o contexto político e social onde se
fincam nossas raízes culturais. Se o trabalho puder ser feito coletivamente,
estaremos ampliando as possibilidades de trocas, contrapondo diferentes pontos
de vista de situações semelhantes. Ao ouvir a história do outro temos melhores
condições de nos situar ante a nossa própria história. É um processo de autoconhecimento
que pode nos levar a entender como é que tenho as idéias que tenho.