quinta-feira, 10 de julho de 2014

Vivências e experiências a partir do contato com a arte - Rejane Coutinho


A arte-educadora norte americana Diana Korzenik4, também pesquisadora dos legados históricos do ensino de arte, lembra que “é um truísmo dizer que os professores tendem a ensinar como foram ensinados”. Se acreditarmos que isso é verdade, então, buscar situar nossa história pessoal é uma tarefa que amplia nossa capacidade reflexiva e crítica apontando para possíveis mudanças em nossa prática, pois sabemos que os professores querem fazer mais do que apenas repetir como eles foram ensinados. Para reconstituir e redigir uma história de vida com a arte pode-se começar a pensar nas relações da arte e da cultura em geral com a nossa história particular nos fazendo as seguintes questões:

 

·         Qual a relação de meus pais com a arte e com a cultura?
 

·         Qual o papel da arte em nossa vida familiar? O que se falava sobre arte na família? Que imagens eram apreciadas, por exemplo?


·         Quais manifestações culturais estavam presentes em minha infância? Do que brincávamos? Como nos divertíamos?


·         Quando e como aprendi arte na escola? Quem era e como era o professor de arte? O que ensinava? O que eu gostava de fazer?


·         Como posso definir o programa e as concepções de ensino de arte da escola?


·         O que eu aprendi na escola tinha relação com o que eu experimentava em termos de arte e cultura em casa e na comunidade?

 
Ao responder a essas perguntas estaremos mapeando nossa formação artística e estética, situando nosso repertório em relação a nossas concepções e valores no campo da arte, situando o clima educacional e ideológico de nossa formação, como também o contexto político e social onde se fincam nossas raízes culturais. Se o trabalho puder ser feito coletivamente, estaremos ampliando as possibilidades de trocas, contrapondo diferentes pontos de vista de situações semelhantes. Ao ouvir a história do outro temos melhores condições de nos situar ante a nossa própria história. É um processo de autoconhecimento que pode nos levar a entender como é que tenho as idéias que tenho.

Bauhaus





A proposta de Gropius para a Bauhaus deixa entrever a dimensão estética, social e política de seu projeto. Trata-se de formar novas gerações de artistas de acordo com um ideal de sociedade civilizada e democrática, em que não há hierarquias, mas somente funções complementares. O trabalho conjunto, na escola e na vida, possibilitaria não apenas o desenvolvimento das consciências criadoras e das habilidades manuais como também um contato efetivo com a sociedade urbano-industrial moderna e seus novos meios de produção. A ligação mais efetiva entre arte e indústria coincide com a mudança da escola para Dessau, em 1925. No complexo de edifícios projetados por Gropius são delineadas as abordagens características da Bauhaus: as pesquisas formais e as tendências construtivistas realizadas com o máximo de economia na utilização do solo e na construção; a atenção às características específicas dos diferentes materiais como madeira, vidro, metal e outros; a idéia de que a forma artística deriva de um método, ou problema, previamente definido o que leva à correspondência entre forma e função; e o recurso das novas tecnologias. Data desse período o desenvolvimento de uma série de objetos - mobiliário, tapeçaria, luminária etc. -, produzidos em larga escala, como as cadeiras e mesas de aço tubular criadas por Marcel Breuer (1902 - 1981) e Ludwig Mies van der Rohe (1886 - 1969) e produzidas pela Standard Möbel de Berlim e pela Thonet.

Historia do ensino das artes no Brasil - Ana Mae barbosa


Acho muito pertinente esse video para tosas as questões envolvendo ensino de arte.
segue também outros 3 links que vale a pena assistir.

ARTE NA EDUCAÇÃO: SITUANDO DISCURSOS SOBRE O ENSINO DE ARTE - Gilvania Maurício Dias de Pontes – UFRGS


Na contemporaneidade, alguns princípios da educação mudaram e na Arte também ocorreram transformações conceituais. Ao contrário do modernismo, que valorizava, sobretudo, a originalidade e independência em relação ao entorno, a Arte contemporânea retoma a presença e a influência de imagens no ato criador. Constitui-se, desse modo, uma concepção de Arte que não nega a presença da história e da influência dos códigos culturais na criação artística.

O entendimento de criança e de educação para infância também foi ressignificado na contemporaneidade. A criança passou a ser percebida como um ser de direito, entre eles o direito de acesso aos objetos culturais. É preciso considerar que ela atua sobre esses objetos culturais produzindo sentidos. Um dos facilitadores desse processo é o da mediação do adulto, apresentando-lhe o que ainda não sabe, investindo na ampliação do olhar e na atuação das crianças sobre o seu entorno.

A visão contemporânea de Arte/Educação tem colocado a necessidade de resgatar o valor da arte nas escolas como um saber e um fazer passíveis de reflexão e de construções cognitivas; um conhecimento que pode ser aprendido e ensinado também na escola. Nessa perspectiva, três importantes tendências podem referenciar o ensino de Arte: Interculturalidade; Cultura Visual e Abordagem Triangular.

MARÉS ALTERNADAS DAS ARTES NA EDUCAÇÃO

Questionar a forma atual de promoção das artes na educação é, portanto, tarefapremente a uma crítica cultural, especialmente, a uma que busque filiarse àquela inteligência das artes. De maneira concreta, também isso deve ser feito em atenção a certa  episteme do contemporâneo: a globalização econômica como um caminho que se declara irrefutável; a expansão positivada do capitalismo cognitivo ou cultural; a debilitação das formas de associação coletiva; a mercantilização do sistema educacional; e mais particularmente: a escolarização das artes; a localização crescente das práticas e pesquisas artísticas no âmbito da universidade; a exponenciação ambígua da educação na economia das exposições de arte, como o que acompanha uma politização das práticas artísticas, mas também a transforma em instrumento de marketing; a apropriação da educação como matéria e maneira de fazer das práticas artísticas e curatoriais, no que vem sendo chamado de “virada educacional” etc.
Tudo isso para sinalizar que as artes e a educação encontram-se demasiadamente implicadas uma pela outra, porém, segundo interesses que nem sempre têm como plano de atualidade aquilo pelo quê e para o quê as artes propriamente se fazem; ao menos, de uma perspectiva posterior à "morte da arte", segundo o que as artes não mais satisfazem nem são depositárias de "nossas necessidades mais elevadas" (Hegel, 1987, p. 249), restando-lhes assumir outras funções, propriamente políticas, "de modo algum apropriáveis pelo fascismo" (Benjamin, 1994, p. 166). Trata-se aqui de evidenciar alguns aspectos daqueles entrecruzamentos e cooptações, situando minimamente um problema. De que modo, portanto, reivindicar um papel das artes na educação, para que tanto não se retroceda ao argumento de suprimi-las, quanto não se as debilite no ato mesmo que julga promovê-las?

Escultores Perfeccionistas













quarta-feira, 9 de julho de 2014

Revendo princípios...




"Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade."
Autor desconhecido

Obras Christo

The Gates, Central Park, NY. City, 1979-2005


The Gates, Central Park, NY. City, 1979-2005

terça-feira, 8 de julho de 2014

ISSO PARA MIM NÂO É ARTE




Pessoas se cortarem para FAZER ARTE. Isso para mim não é arte, mais sim uma tentativa falha de SER ARTE.

"Não devemos olhar para o passado com o olhar de futuro..."




Vila Esperança - Goiás GO


Diane Valdez
Uma de muitas coisas que nunca mais vou esquecer da aula de Fundamentos  Filosóficos e Sócio-Históricos da Educação. Essa frase mudou tudo...

Arte como fazer, Arte como conhecer, arte como exprimir.

"As Definições mais conhecidas da arte, recorrentes na história do pensamento, podem ser reduzidas a três: ora a arte é concebida como um fazer, ora como um conhecer, ora como um exprimir. Essas diversas concepções ora se contrapõem e se excluem uma às outras, ora, pelo contrário, aliam-se e se combina, de várias maneiras. Mas permanecem, em definitivo, as três principais definições da arte.Na Antiguidade prevaleceu a primeira: a arte foi entendida como um fazer em que era, explícita ou implicitamente, acentuando o aspecto executivo, fabril, manual.Com o romantismo, prevaleceu a terceira, que fez com que a beleza da arte consistisse não na adequação a um modelo ou a um cânone externo de beleza, mas na beleza da expressão, isto é, na íntima coerência das figuras artísticas com o sentimento que as anima e suscita."




Arte Na Educação.



Arte na Educação se contrapõe as supostas verdades da Educação e às mais suspeitas ainda, certezas da escola.
São muitas as visões da Arte/Educação as quais dependem da ênfase que se dá as funções da Arte na Educação. Para Eisner as que operam até nossos dias são:
  1. Auto expressão criadora
  2. Solução criadora de problemas
  3. Desenvolvimento cognitivo
  4. Cultura visual
  5. Como disciplina
  6. Potencializadora de performance acadêmica
  7. Preparação para o trabalho

O Que É Arte?

 
"Stephen Dédalus,que não se não se havia educado em vão com os jesuítas e se sentia, portanto, muito atraído pela casuística, colocava-se problemas deste tipo: É valido o batismo com água mineral? Ou então: Se rouba uma libra esterlina e com ela faz-se uma fortuna, há obrigação de devolver a fortuna inteira? E aplicando sua mentalidade casuística à estética, perguntava-se: Se um homem, que num repente e raiva, quebra um pedaço de madeira, consegue com ela esculpir a imagem de uma vaca, essa imagem é uma obra de arte? E se não é, por quê?"
Diante dessa inquietação começamos nossa discussão sobre o que realmente é arte, e também ate onde vai os limites da arte.
Realmente podemos notar que a definição de arte depende muito das classes que elas estão inseridas. Como por exemplo:
  • A arte elitista originada da burguesia, mais inclui também setores intelectuais da pequena burguesia. Seu valor supremo é a originalidade.
  • A Are para as massas, produzida pela classe dominante, ou por especialista a seu serviço, tem por objetivo transmitir , ao proletariado e às camadas médias, a ideologia burguesa, e proporcionar lucros. Seu valor supremo é a sujeição feliz.
  • A arte popular, produzida pela classe trabalhadora ou por artistas que representam seus interesses e objetivos, põe toda sua tônica na utilidade prazerosa e produtiva dos objetos que cira, não em sua originalidade ou no lucro que resulte da venda. Seu valor supremo é a representação e a satisfação solidária de desejos coletivos.
E assim deixa a pergunta: Todos podem fazer arte? ou melhor Tudo que fazemos e falamos que é arte, e realmente arte?